De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% de toda a população mundial é infectada todos os anos pelo vírus influenza, sendo que 1,2 bilhão de pessoas correm um risco elevado de desenvolver complicações decorrentes da doença. Daí a necessidade da vacinação em massa contra a gripe. Estudos apontam, no entanto, que a taxa de cobertura vacinal é inferior a 50% na maioria dos países.
Todos somos suscetíveis à infecção pelo vírus influenza, mas os médicos alertam que alguns grupos são mais propensos a desenvolver formas graves da doença, como, por exemplo, pacientes de doenças crônicas e imunossuprimidos. Entre os 1,2 bilhão de pessoas que correm risco elevado de desenvolver complicações decorrentes da Influenza, aponta a OMS, 700 milhões são crianças e adultos com alguma doença crônica.
É importante pontuar que as vacinas disponíveis, inclusive no Brasil, não têm restrições de uso para pacientes de doenças autoimunes.
“Não há dúvida alguma que a vacinação é um dos melhores meios de prevenção contra doenças infecciosas, e algumas delas são de extrema importância para pacientes acometidos por doenças autoimunes. Estas pessoas têm o sistema imunológico comprometido e, por isso, são as que mais precisam se vacinar e investir em métodos preventivos”, afirma a reumatologista Ingrid Moss, do CID Grupo.
A reumatologista explica que a vacinação é a injeção de um produto não-tóxico, que estimula a pessoa a produzir anticorpos, prevenindo o desenvolvimento de doenças contra o patógeno sobre o qual o paciente foi vacinado. “Mas é sempre muito importante pontuar que embora a vacinação traga prevenção individual a quem se vacinou, ajuda toda a comunidade na redução de casos de uma determinada doença. Por meio da vacinação em massa é possível até erradicar certas doenças”, destaca a Dra. Ingrid.
A médica do CID Grupo explica que pacientes com doenças reumatológicas autoimunes têm uma propensão maior ao desenvolvimento de infecções porque seu sistema imunológico é mais fraco. “Mesmo em tratamento, as medicações imunossupressoras também podem comprometer a defesa do organismo. Por isso, a vacinação tem uma forte relação com doenças autoimunes. Recomendamos fortemente que estes pacientes mantenham suas vacinas em dia, sempre consultando previamente o reumatologista”, diz a Dra. Ingrid.
A reumatologista alerta que os pacientes de doenças reumatológicas autoimunes devem consultar seus médicos sobre a vacinação, por exemplo, para considerar se a vacina é feita com microrganismos vivos ou mortos. “Vacinas com microrganismos vivos devem ser evitadas por estes pacientes que fazem tratamento imunossupressores. O médico deve ser consultado e é ele quem irá autorizar ou não a vacina. Como exemplo, podemos citar as vacinas contra a febre amarela, a rubéola, o sarampo. As vacinas com microrganismos mortos, como contra a gripe (Influenza), pneumonia, meningite e hepatite, não apresentam riscos e são recomendadas para reumáticos, mesmo em tratamento com imunossupressores”, orienta a Dra. Ingrid.
Por fim, a médica do CID Grupo orienta que os pacientes autoimunes se vacinem de duas a quatro semanas antes de iniciar o tratamento com imunossupressores. “As vacinas inativadas, ou seja, as com microrganismo mortos, podem ser administradas depois, mas terão um efeito menor”, finaliza ela.
O lúpus não é uma doença exclusivamente feminina, restrita ao grupo de mulheres entre 13 e 35 anos. Além disso, sim, mulheres com lúpus podem engravidar, ao contrário do que muita gente pensa e divulga. Também é muito importante destacar que a doença definitivamente não é contagiosa, como se fala comumente por aí.
Estes são os três mitos sobre o lúpus que a Dra. Teresa Carbone, reumatologista do CID Grupo, faz questão de eliminar ao falar sobre a doença. Segundo ela, é muito importante acabar com estas falsas informações que acabam gerando muito preconceito com quem é acometido pela doença.
“É verdade que a maior parte dos pacientes acometidos pelo lúpus é composta por mulheres jovens, entre 15 e 35 anos. Mas isto está longe de ser uma regra definitiva. Homens com mais de 50 anos, por exemplo, também podem apresentar a doença. Mas de fato é preciso ser dito que para cada homem acometido, há oito ou nove mulheres com lúpus”, esclarece a reumatologista do CID Grupo.
Outro mito que a Dra. Teresa faz questão de esclarecer é sobre o contagio da doença. “Isso não faz o menor sentido, não tem nenhum fundamento de verdade. É preconceito puro”, defende ela, pontuando, também, que mulheres acometidas pela lúpus podem engravidar, sem problemas. “A doença precisa, porém, estar controlada há ao menos dois anos e a paciente não pode ser portadora de alguma doença renal. Já o uso de anticoncepcionais deve ser avaliado pelo reumatologista”, avisa.
A médica do CID Grupo explica que o lúpus é uma doença crônica, sistêmica e de causa desconhecida. “Os sintomas variam de paciente para paciente, como, por exemplo, manifestações na pele, dores articulares, anemia, alterações dos glóbulos brancos e plaquetas e, ainda, doença renal. O diagnóstico é feito a partir de exame clínico e laboratoriais e a doença tem tratamento, que deve ser individualizado. O paciente adotará uma dieta mais saudável, deve praticar exercício físico regular e tomará remédios específicos. É sempre bom lembrar que a exposição ao sol deve ser evitada. Recomendamos, também, o uso de bloqueadores solares”, explica ela.
A artrite psoriásica é uma condição de doença psoriásica que engloba além dos sintomas da pele, as articulações.
Em média, mais de 40% das pessoas com psoríase manifestam também os sintomas da artrite, mas a gravidade das lesões na pele e sintomas nas articulações nem sempre ocorrem ao mesmo tempo e/ou com a mesma intensidade.
As lesões na unha (conhecida como psoríase ungueal) e psoríase no couro cabeludo são os dois fatores mais conhecidos que podem predizer o aparecimento dos sintomas na articulação.
Ainda não há uma regra sobre a hereditariedade da artrite psoriásica, mas já se sabe que cerca de 40% das pessoas afetadas possuem ao menos 1 familiar próximo com psoríase ou artrite psoriásica.
A doença, que atinge igualmente homens e mulheres, é mais comum entre os 30 e 50 anos de idade, mas pode manifestar-se até mesmo na infância.
Ao primeiro sintoma ou desconfiança consulte um reumatologista.