Muitos pacientes reumáticos reclamam, nos consultores médicos, que as dores musculoesqueléticas que sentem são mais intensas diante das baixas temperaturas. Neste época de inverno, então, as queixas são muito comuns. Mas será que há, mesmo, relação entre o frio e as dores reumáticas?
A reumatologista Ingrid Moss, do CID Grupo, garante que não há mito algum sobre o assunto, muito pelo contrário. Ela afirma que sim, as dores dos pacientes reumáticos realmente aumenta no frio. E diz que este fato tem explicação científica.
“Quando sentimos frio, imediatamente contraímos nossos músculos. Esta é uma reação natural do nosso corpo, que precisa se defender das baixas temperaturas. No inverno, ficamos mais encolhidos, fazemos menos movimentos. Muitas vezes, até evitamos sair de casa, sair para passear, andar. Inclusive, no frio o nosso fluxo sanguíneo diminui por constrição vascular. Isso tudo explica porque as dores dos pacientes reumáticos realmente aumenta no frio”, diz a Dra. Ingrid.
A médica do CID Grupo acrescenta que é muito comum que as pessoas interrompam sua atividade física regular no inverno, por conta do frio. E isto, alerta ela, é um erro.
“Muitos pacientes reumáticos se queixam das dores no frio, mas deixam de praticar sua atividade física regular. A questão é que a prática do exercício físico é absolutamente essencial no tratamento de inúmeros doenças musculoesqueléticas e sua interrupção traz consequências negativas. É claro que devemos ter alguns cuidados no inverno, como escolher horários mais apropriados para a atividade física e se aquecer muito bem antes, mas jamais devemos interrompê-la”, pontua.
Segundo a Dra. Ingrid, há um ciclo vicioso no inverno: menos exercício físico, diminuição do tratamento fisioterápico e mais dores reumáticas. “A fisioterapia jamais pode ser interrompida porque isso compromete muito o sucesso do tratamento. A continuidade é fundamental. Caminhar pela manhã, em dia de sol, é uma excelente opção de exercício físico no inverno. Outra opção muito boa para pacientes reumáticos é a hidroterapia, feita em piscina com água aquecida”, destaca a reumatologista do CID Grupo.
Uma pesquisa promovida pela Escola Nacional de Saúde Pública, com mais de 12 mil pessoas, mostrou que 36% dos entrevistados sentem mais dores em dias de frio, principalmente no inverno. As estatísticas apontam que as clínicas de ortopedia e reumatologia recebem no inverno até 20% a mais de pacientes reclamando de mais dores por conta dos dias de baixa temperatura.
“A dor na articulação e a artrose acontecem por insuficiência da cartilagem, provocada pelo desequilíbrio entre a formação e a destruição de seus principais elementos, associada a sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e da membrana sinovial e fatores genéticos. No inverno, precisamos nos proteger do frio e procurar nos movimentar normalmente. E ao menor sinal de dor, um médico deve ser consultado”, finaliza ela.
Caracterizada por lesões de pele descamativas e avermelhadas, a psoríase é uma doença de pele muito comum, inflamatória e não contagiosa, sem causa definida mas relacionada ao sistema imune e à genética do paciente. Além das lesões, o paciente pode apresentar aumento da espessura da pele das mãos e pés, com presença de fissuras, alterações nas unhas e dor e inchaço nas articulações. O impacto negativo sobre a qualidade de vida pode ser grande, em casos mais graves.
Alguns fatores podem piorar a doença ou aumentar a chance de pessoas que já possuem o diagnóstico desenvolver a doença. “O histórico familiar, o estresse, o tabagismo, a obesidade e o tempo frio são fatores que podem turbinar a doença”, alerta a reumatologista Paula Marsillac, do CID Grupo.
A dermatologista do CID Grupo explica que as causas da doença não são definidas, mas acredita-se que estejam relacionadas ao sistema imunológico e à predisposição genética. Ela pontua que a psoríase pode sofrer com alterações climáticas, principalmente em dias com temperatura baixa e clima seco. “As lesões melhoram sensivelmente quando expostas ao sol moderado porque ele atua como anti-inflamatório. Quando há pouca exposição ao sol, como no inverno, as lesões podem piorar, sim”, explica.
Além disso, a Dra. Paula lembra que os banhos quentes são mais comuns e regulares no inverno, e a pele resseca mais, o que contribui para a descamação e o aumento da coceira, por exemplo. Ela diz que é recomendável evitar banhos muito quentes e demorados, principalmente nesta época do ano.
A médica do CID Grupo enumera algumas dicas que podem ajudar a conter a doença no inverno.
• Beba muita quantidade de líquidos, entre água, chás e sucos com baixo índice glicêmico. A Dra. Paula lembra que no inverno sentimos menos sede, portanto a atenção deve ser maior.
• Aplique hidratante no corpo após o banho. Opte por produtos de boa qualidade, específicos para peles sensíveis, que ajudam a pele a recuperar a barreira cutânea e restaurar a oleosidade perdida por conta da água quente e do uso de sabonetes.
• Mesmo no inverno deve-se usar filtro solar. O sol é menos intenso, mas raios ultravioletas causam envelhecimento e aparecimento de manchas na pele.
• Evite o uso de materiais abrasivos na pele, como esfoliantes, toalhas ásperas e buchas.
• Se não é possível evitar os banhos quentes, não exagere na temperatura da água e nem no tempo do banho.
• Mantenha seu tratamento clínico e não deixe de visitar seu dermatologista no inverno para ficar bem orientado.
Você sabe o que é uma doença autoimune? As doenças autoimunes são caracterizadas por uma verdadeira desordem no sistema imunológico do paciente, quando o próprio organismo entende suas células como estranhas e as ataca, destruindo células na verdade saudáveis. São exemplos comuns de doenças autoimunes o diabetes tipo 1, a artrite reumatoide, a anemia hemolítica e o lúpus, entre tantas outras.
De acordo com a reumatologista Débora Reis, do CID Grupo, as doenças autoimunes não têm cura – nenhuma delas. Mas isso não significa perda de qualidade de vida. “É preciso buscar tratamento, saber conviver com a doença autoimune e, assim, viver plenamente a qualidade de vida. Buscar apoio médico é fundamental e é para a vida toda, mas é possível, sim, preservar a qualidade de vida e o bem-estar, mesmo acometido por uma doença autoimune”, garante a médica do CID Grupo.
• Diabetes tipo 1: as células pancreáticas são atacadas. Elas são responsáveis pela produção de insulina, que regula a quantidade de glicose que circula no nosso sangue. Se a quantidade de insulina produzida não for normal, a glicose se acumula no sangue, provocando a Diabetes tipo 1. Mais comum em crianças e adolescentes, a Diabetes tipo 1 pode provocar muita sede, vontade frequente de urinar, aumento da fome e emagrecimento sem causa aparente. O tratamento prevê doses diárias de insulina.
• Lúpus: mais comum em mulheres na idade reprodutiva, pode provocar manchas na pele, inflamações pelo corpo, principalmente nas articulações, mas também nos olhos, rins, cérebro, pulmão e coração. Há medicamentos específicos no tratamento desta doença autoimune.
• Artrite reumatoide: o paciente pode apresentar inflamação e inchaço nas articulações, chegando até mesmo a incapacidade de movimento em casos mais graves. O tratamento é medicamentoso e fisioterápico.
• Anemia hemolítica: os anticorpos destroem as hemácias (responsáveis pela parte vermelha do sangue). Com a queda de hemácias, o paciente é acometido pela anemia, provocando a fraqueza do organismo. Pacientes podem apresentar fraqueza generalizada, palidez. Medicamentos específicos regulam a função do sistema imunológico.
• Vitiligo: os melanócitos, que produzem a melanina, são atacados e destruídos, promovendo o aparecimento de várias manchas brancas na pele. A melanina é o pigmento que dá cor à pele. As manchas são mais comuns na face, lábios, mãos e braços. O tratamento para controle da doença é dermatológico.
É consenso que uma das formas mais eficazes de tratar de doenças autoimunes é a partir do uso de medicamentos imunobiológicos. “É um tratamento inovador, que temos utilizado com muito sucesso no CID Grupo. Ele atua por meio da ação de proteínas recombinantes, criadas por engenharia genética, e é capaz de modular a imunidade do organismo do paciente, evitando que o corpo utilize seu mecanismo de defesa para atacar células saudáveis. A relação dos imunobiológicos com a qualidade de vida do paciente é grande”, relata a Dra. Débora
Segundo a reumatologista do CID Grupo, a clínica conta desde 2006 com um centro de terapia assistida para atender pacientes que necessitam de tratamento com medicamentos intravenosos, subcutâneos e intramusculares em regime de “day clinic”. “Atuamos nesta área há mais de 40 anos, somos referência e temos expertise que nos coloca em posição de destaque quando se fala em terapia assistida”, observa ela.